Recusando esconder a mágoa que me corroía
A minha fenda no peito dilacerado enfim sangrou...
Do coração ferido o sangue pingou e vi que escorria
O que a doença insensata pouco a pouco desvendou
Outros corações amigos ouviram e perceberam
Que este escarlate imenso de tanto jorrar, fluía
Recordaram-se então de dar uso ao que se me vertia
E esculpiram-me a seiva em pétalas de rosas belas
Quantas razões tinha para queimar as frustrações em velas
Mas agora espreito à noite o vermelho luzidio das flores
Repletas de colorido e formosura agora alumiam elas
A minha existência na escuridão de insónias vazias
Fazem-me sorrir com lágrimas de recolhimento e gratidão
Dão-me alento e sussurram-me que dias melhores virão…
Luisa Alves
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