Aquele que se detém na vida obrigatoriamente
O tal que pára escuta e olha constantemente
Apareçam e demonstrem-lhe a razão porque mente
Já que nada ouve nem vê, sente-se dormente
pois que a anestesia forçosamente
pois que a anestesia forçosamente
É a cura medicinal para a dor que deveras sente
O tempo passou e ela não encontrou
Fundamento, intuito de mérito ou quiçá alegria
Que justifique a sua vã existência ou a sincronia
Porque será que aqueles que se esforçam
Nada obtêm, nada perdem e tudo transformam
Não em ouro, pedras preciosas ou bijutarias
Mas sim em espólios de décadas falhadas
Resticios das tournées onde desfilaram ao vivo
Em sucessivas representações e descobertas pessoais
Onde o cansaço, o quebranto e a mental anemia
Não permitiram que o espectácular publico se lhes rendesse.
Fora de cena quem não é de cena! …
Afectados todos os que sofrem sem exclusão.
Abandonam pouco a pouco o palco da vida
O mesmo em que todos somos actores
E onde padecemos nem que seja por um só dia
Pois se a tristeza e a anestesia nos assolam
É porque o nosso objectivo as não sensibiliza
Questões que não comovem audiências
Apenas nos diminuem por vezes a melancolia
Pois a dor, essa nunca nos repudia
Apenas durante o acto se atenua
Representamos o papel que nos calhou
E por momentos até nos sentimos brilhar
O público vai finalmente render-se e reconhecer de pé
Autenticar, validar, confirmar, certificar, justificar e gritar
A razão da nossa existência anestesiada e
Depois da nossa grande actuação talvez berrar: bis, bis, bis…
Queremos mais de ti vida falhada!…
Luisa Alves
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